quarta-feira, 18 de junho de 2008

Para ninguém se esquecer (parte 4) - Imigração e trabalho escravo

Hoje 18 de Junho estamos comemorando o centenário da imigração japonesa. Apesar das festas e do prazer que muito de nós temos em poder experimentar diversas "delícias" do Japão (cultura pop, artes marciais, ikebana, culinária, etc) a história é um pouco triste.

Na realidade a história geral foi: os japoneses vieram com sua família, trabalharam sob assédio moral e ganhavam anualmente muito pouco. Porém o que ganhavam era na realidade o suficiente para pagarem as contas dos gastos com alimentação e moradia da família. O objetivo era inicialmente ganhar muito dinheiro e voltar para o Japão, porém, sem dinheiro até mesmo para a viagem, ficaram no Brasil e formaram-se as colônias, onde puderam melhorar as condições familiares e se ajudarem a enfrentarem várias barreiras, inclusive a do idioma. O trabalho (considerado escravo) era pesado e se tornou pior em tempos de guerra, já que o Brasil apoiou os Estados Unidos que, por sua vez era contrário ao eixo do Japão.

Porém há um mito na história, aliás, dois mitos!

O primeiro mito foi com relação às outras descendências que vieram para o Brasil e que enfrentaram o mesmo problema, por exemplo, os judeus, italianos e africanos.

Os judeus discriminados pela cultura diferente e pensamentos anti-cristãos. Os italianos, que por sua vez enfrentaram os mesmos problemas que os japoneses - talvez menos com o idioma, mas já perguntou para um italiano a dificuldade de se aprender português? Se não, faça, terá uma surpresa.- Por fim, os negros que com o final da escravidão, sem ter como trabalhar, aceitaram situações piores de trabalho que os japoneses.

Hoje comemoramos o centenário japonês. Porém muito não mudou de lá para cá!

Os vídeos que seguem, mostram o mesmo: trabalho escravo, só que no século XXI sendo aplicado no nosso Brasil. Pasmem, não é com nenhum imigrante, é com brasileiro. Sim, nós mesmos! Não são apenas africanos, judeus, italianos, russos, chineses, bolivianos ou japoneses! São Brasileiros! Nós mesmos!

Tudo bem! O centenário é válido para celebrarmos a cultura japonesa (maravilhosamente bela e apaixonante). Mas nunca devemos nos esquecer que o problema é maior! O buraco é mais embaixo!

Discordem ou não, o objetivo é pensar! Vamos comemorar o centenário sim, mas nunca nos esqueçamos que o problema enfrentado foi um que está acontecendo na nossa casa! E esse é o segundo mito! Afinal de contas, antes de descendentes de italiano, japonês ou africano, somos BRASILEIROS!


Se você não estiver visualizando o vídeo, clique aqui.



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Para ninguém se esquecer (parte 2) - João Hélio
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