quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Repúdio aos comentários do Marcelo Rezende

Meu querido joranlista

No período em que estava na Rede Globo aceitei suas opiniões com muito respeito quanto à sua inteligência. Porém, em alguns anos recente, tenho visto diversos comentários extremamente complicados para um homem de tamanha classe como se apresenta.

O mundo está muito complicado senhor Marcelo Rezende. E não digo pela criminalidade só. As pessoas "se doem" demais. Tudo precisa ser lindo e puro. Tudo precisa se pudico e imaculado. Está um tremendo "mimimi" quando a moral brasileira é ferida.

Ora meu querido jornalista, por apenas 30 segundos você simplesmente entrou nos nossos lares nessa semana dizendo em rede nacional que o menino Marcelo Eduardo Bovo (13 anos) matou sua família graças à um jogo chamado Assassins Creed. Um jogo do qual, como disse, "um assassino entra em uma cidade e mata todo mundo". Foram os 30 segundos mais tristes que um gamer pôde ver...

Confesso que há um certo desconhecimento dos pais em avaliar se seus filhos podem adquirir um conteúdo mais sério e adulto. Mas se for provado que esse menino matou os pais, o que indica as evidências, o jogo Assassins Creed não terá matado os pais.

O Game pode ter configurado algo no final no menino, causando um desvirtuamento da realidade? Pode ser! Mas não culpe o jogo, ou terá que culpar outros casos de violência ao seu telejornal extremamente violento, de péssimo mau-gosto, com violência explícita, barata e gratuita exibida ainda as 18 horas.

Na realidade, o que matou os pais do menino, se for provado que Marcelo matou-os, foi resultado de um problema que os psicólogos podem descrever melhor. Psicopatia? Esquizofrenia? Não sou psicologo, nem mesmo o senhor. 

O senhor está simplesmente desrespeitando muita gente nesses 30 segundos com esse comentário cheio de desconhecimento. O jogo por si só nem permite o assassinato gratuito. O jogador perde se matar civis e não os vilões. A narrativa do jogo tem um pano de fundo histórico e cultural muito maior do que o seu conhecimento ao que parece, pelo seu comentário. Pesquisadores da Ubisoft viajaram à lugares como Acra, Roma, Cuba e outros lugares para retratar os acontecimentos históricos de forma precisa, didática e divertida. As qualidades sensoriais do jogo são objeto médico e até escolas utilizam os jogos para ensinar história para seus alunos. O senhor não sabia disso não? Pois é, mas eu entendo sua completa ignorância sobre games.

Questiono porém se o seu papel na evolução tecnológica o deixou tão desatualizado que o impede de se comunicar com as famílias contemporâneas. O comentário foi desatualizado. O senhor desrespeitou a mundialmente premiada Ubisoft que tem investindo fortemente no mercado brasileiro. Hoje é provavelmente uma das empresas que mais investem no Brasil! Imagina quanto perderemos se puritanos, que pagam sua opinião, proíbem o jogo no Brasil. Perderíamos uma fatia grande do mercado que tem sido conquistada aos poucos anualmente.

Ignorantes vão apoia-lo e mais uma vez nós, gamers, teremos que ouvi-los clamando pelo fim da violência nos videogames. Meu Deus! O game não é o estopim da violência no mundo, lembre-se, a violência no Brasil e no mundo existia há muitos anos antes que o games. Não foram os games que causaram as favelas, as guerras, a marginalização, a discriminação, a inquisição (guarde essa palavra), a escravidão, a falta de educação.. não! Os games podem causar crises de ludomania, sim - perceba que um baralho causaria o mesmo em um individuo com a mesma doença. Já a psicopatia? Não há nada conclusivo.

O game não é de Deus? Problema é de Deus! 

Note, que não estou nem comentando ainda sobre seus problemas técnicos com o inglês ao pronunciar o nome do jogo ou carências jornalísticas de buscar informação adequada e apurada em suas fontes de buscas mas sim, sua atitude que não foi imparcial, por desconhecimento, pode voltar mais uma vez a "inquisição" brasileira dos games.

Por isso, escrevo esse texto com vergonha do que mencionou por apenas 30 segundos  Eu como gamer, ouço esse mimimi há mais de anos. Chega! Hora de se atualizarem!  


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