terça-feira, 23 de julho de 2013

Viajando pelo mundo #77 - Egito, veredito

Pessoal, depois de vários dias me aventurando no Egito, aqui vai minhas impressões finais sobre o Egito. Espero que ajude quem for um dia visitar o país. Para ver todos os posts do Egito, clique aqui.

Abra a sua cabecinha

Veja bem, uma dica importantíssima começar aqui, e para a melhorar sua evolução como ser humano é: em uma conversa com os locais de um país (seja este árabe ou não), para abordar politica e religião fora do nosso mundinho, precisamos respeitar a opinião e não querer discutir, afinal de contas, para conversar com esse povo (muitas vezes fechado), é necessário o mínimo de abertura e capacidade mental para aceitar outra cultura e outros ideias fora do seu.

Em contrapartida, também não é legal ser aberto demais e começar a querer impor conceitos de liberdade sexual para esse povo. Nada de querer discutir aborto, relação homoafetiva ou sexo livre. Ouça o que eles tem à dizer, diga (politicamente) o que pensa e aprove a idéia do outro. Seja curioso para entende-lo, e elogie por ser perseverante na idéia.

No Egito, essa é uma regra de ouro para absorver conhecimento. Se você faz uma viagem com um background cultural como esse país oferece, deve-se deixar o ego e suas crenças guardadas para si e abrir a mente para conhecer o que há além do que você vive dia a dia.

Choque cultural

Na real, é estressante as vezes lidar com o choque cultural. Mas garanto que no fim você terá aprendido muita coisa importante para sua vida.

Um exemplo prático que passei no Egito: você precisa de um taxi às 19 horas no Egito. Você não conseguirá pois é fim do jejum diário do Ramadã, ou seja, estão todos festejando e comendo após um dia inteiro de jejum. É estressante, entendo, dá raiva e você pode perder um trem ou um voô por causa disso. Mas veja bem, é ramadã! Você nunca no seu mundinho passará por um momento importante como esse no Brasil! É mais um aprendizado e mais uma história para contar! No final do dia, chega a ser fantástico!
Brasil e futebol

O Brasil é muito querido fora do mundo (talvez não na Argentina rs)! Todos pensam que no Brasil tudo é alegria e festa! Tudo é futebol e samba! Sabemos que não é, mas isso quebra o gelo de qualquer conversa.

Ao falar que você é do Brasil, raramente você não verá um sorriso e um bom papo sobre futebol e praia. Egípcios (e pessoas de outros países do oriente médio) simplesmente amam os brasileiros! Nunca se esqueçam disso se for para lá!

O maior problema do Egito: A gorjeta obrigatória

O maior problema do Egito não é a situação política e nem o calor de 40 graus. O maior problema com o Egito é na cultura "da gorjeta" exagerada. 
Todos sabemos que a gorjeta é costume fora do Brasil e deve ser dada em momentos específicos. Eu costumo dar gorjeta em apenas 3 situações: carregador de mala em hotel (mas se for 3 estrelas ou mais), guia local (mas com ressalvas grandes quanto qualidade e tipo do grupo) e garçon (esse último sem nenhuma ressalva). Não adianta reclamar pessoal, isso é um costume comum fora do país, aprendam, tirem o escorpião do bolso e deem sua gorjeta.

PORÉM, no Egito, se alguém, do nada o abordar (pode ser dentro de um elevador ou até na rua) e começar a explicar algo sobre o local, ao final irá pedir uma gorjeta. É gorjeta pelo simples fato de te verem. 

Em alguns momentos, me vi cercado de 12 beduínos (isso mesmo, 12!) querendo gorjeta. Minha preocupação era que alguém me roubasse algo da bolsa. Particularmente fiquei tão revoltado que nessa hora que quase mandei eles para pqp..

No fim, se algo assim acontecer, lembre-se que é exatamente assim que um estrangeiro se sente no Brasil. Afinal de contas, aqui não é nenhum paraíso nesse aspecto.

Veredito

Essa é a viagem que mais me deixou homesick (saudades do Brasil) e é o único lugar que pensaria duas vezes antes de ir (exceto para a península do Sinai do Sul).

O fato de eu ter optado por um passeio sozinho e sem pacotes de viagem (nada de cruzeiros no nilo ou ônibus particulares com ar condicionado) fez aumentar mais ainda o choque cultural - por sorte os hotéis em que fiquei eram excelentes para digerir o que via durante o dia.

Mas não me entendam mal, essa foi a viagem que eu mais adquiri conteúdo cultural. Foi talvez a viagem que mais me enriqueceu como ser humano e me trouxe uma lição de vida muito importante.

Houve momentos, como a subida no monte sinai, que me renovaram completamente. No mais, culturalmente, o local só tende a trazer mais conteúdo para a bagagem pessoal apesar do choque e do caos. Afinal de contas, como havia dito há alguns dias atrás, o Egito não é feito apenas de pirâmides e faraós.

0 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...