segunda-feira, 15 de julho de 2013

Viajando pelo mundo #71 - Monte Sinai: O ponto mais alto da viagem (literalmente também)

Eu e o pessoal
O monte Sinai, apesar de ser apenas um conglomerado de rochas, possui uma das paisagens mais impressionantes que já vi, mexendo muito com as nossas percepções pessoais.

Tudo começou às 11 da noite em Dahab. O motorista da van deixou eu e mais 5 caras (do Canadá, Alemanha, Espanha, Coréia e Estados Unidos) aos cuidados de um beduíno guia que iria nos levar (a pé) até o topo da montanha. A noite no deserto do Sinai é quente e a caminhada seria longa.

No alto do monte
Nosso guia só iria beber água até as 3 a manhã devido ao Ramadã, sendo assim iniciamos a subida por volta de 1:30 da manhã. O caminho é cercado de beduínos, camelos (oferecidos pelos beduínos), peregrinos (cristãos, judeus e mulçumanos), aventureiros (não sei se nos enquadramos aqui) e um céu muito estrelado, porém sem lua. Pessoas de várias idades e nacionalidades faziam o caminho.

O caminho não é fácil e é cheio de rochas e trechos complicados. Tínhamos algumas lanternas e a luz de nossos celulares para iluminar o trajeto. A subida era marcada por algumas paradas nas tendas dos beduínos, armadas no caminho onde eram oferecido descanso e alguns itens à venda como café, água e snacks.

Toda a subida demorou cerca de 3 horas e muitas vezes em silencio, ouvindo apenas os próprios passos e respiração. Chegamos ao topo do monte por volta de 4:30, sentamos em uma pedra e esperamos (junto aos demais peregrinos) o sol surgir. Nesse ponto, segundo a bíblia, Deus entregou à Moisés a tábua com os 10 mandamentos, tornando o local ainda mais especial. No inverno esse ponto chega a ser o único a nevar em todo o Egito. Altitude de 2285 metros (o Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil tem cerca de 2990 aproximadamente)

É possível sentir o ar sumindo mais facilmente dos pulmões enquanto se está no alto da montanha. A manhã fresca/fria aos poucos é substituída por um sol quente e forte do deserto lentamente. O céu foi mudando de cores várias vezes, iluminando toda a cadeia de montanhas bem devagar. Por volta de 5 horas o sol havia nascido. Todos querem a foto perfeita, e em alguns momentos ouvimos o silêncio seguido apenas dos cliques das máquinas. Os beduínos pulavam de pedra em pedra (como ninjas) oferecendo cobertor.

Depois de algumas horas, por volta de 6:00 começamos a decida mas por um outro ponto da montanha, de onde é possível ver o mosteiro de Santa Catarina bem pequeno e se tornar grande conforme nos aproximávamos.
Mosteiro de Santa Catarina, ao pé
do monte Sinai

Até o mosteiro ficar aberto, ficamos tomando café e aproveitamos para conversar (incluindo nosso guia) sobre o Ramadã e sobre política. O mosteiro é pequeno mas possui um acervo histórico interessante. Possui uma capela muito antiga e tem um papel histórico importante na região para a relação Mulçumana-Ortodoxa - Hoje o mosteiro é comandado por padres gregos ortodoxos.


A travessia custa 25 libras egípcias e o museu dentro do mosteiro custa 10 (total de aproximadamente 9 reais). De Dahab para o local paga-se cerca de 200 libras egipcias (66 reais, divido por 6 pessoas na van, foi cerca de 11 reais para cada) -  Obviamente que todo o trajeto não tem preço. Chegamos em Dahab por volta de 1 da tarde. Aproveitei para comer e descansar em frente ao mar, apesar do corpo cansado, a mente e o espírito estavam renovados. :)

Panorâmica durante a descida
Dentro do Mosteiro de St Catarina
A Paisagem é animal!

Capela no alto do monte
Pit stop durante a subida na madrugada
No alto junto com os outros "aventureiros"
Beduíno no alto do monte
Uma paisagem dessa vale o esforço

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